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05 setembro 2013

"O dia que descobri o que não me contaram"

Por Flávia Scholz, no canal VC no ViSta-se
Meu nome é Flávia, tenho 15 anos, e hoje eu chorei de vergonha. Chorei de vergonha de mim mesma e chorei de vergonha por todo o resto da humanidade. Hoje também, tomei a decisão mais importante da minha vida.
Antes de tudo, lembre-se que uma luta não impede a outra.
Nesse dia eu aprendi uma porção de coisas. Mas mal sabia eu que era só o começo. Ouvi muitas pessoas me dizerem ”Mas você é tão novinha!”, ”Que decisão radical!”, ”Ah, que bobeira, é só uma fase.”, ”Não faz sentido algum.”, ”Que exagero, as coisas nem funcionam desse jeito.” ,”Você vai ficar doente.” ,”Você vai ser anêmica!”, entre outras mil piadas e opniões que alguém escuta ao não se enquadrar nos padrões estabelecidos.
Ouvi, li, aprendi, debati, pesquisei. Nunca suportei ser uma dessas pessoas que inventam argumentos no meio da discussão. Nunca suportei não saber defender uma causa que acredito. Nunca suportei me indignar com algo e permanecer imóvel. Você que está lendo agora, não fique na defensiva, por favor. Não vegetarianos/veganos possuem uma tendência a serem ásperos quando tocamos em um assunto tão sensível e delicado como sua preestabelecida cultura e seu modo de se alimentar.
Eu sinto muito se algum dia vocês encontraram alguém que decidiu parar de comer carne que tentou impor sua maneira de ver e te agrediu de algum modo. Sinto muito se algum dia você leu uma notícia mentirosa, que somente privilegia as indústrias e condena os vegetarianos e, por falta de informação, acreditou cegamente. Sinto muito pelas poucas pessoas que te apoiarão se algum dia você decidir virar vegetariano. Sinto muito pelos restaurantes, bares, cantinas, marcas e produtos que não te oferecerão opções. Sinto muito pelos comentários que você vai ouvir e pelas grosserias, que somente por educação você aguentará calado. Sinto muito pela quantidade de argumentos inventados que você ouvirá em discussões e pelas milhares de vezes que a discussão sobre vegetarianismo será levantada na sua presença. Sinto muito por nunca terem te contado isso quando você era criança, somos muito mais sábios e flexíveis na infância. Existem exceções, é claro, talvez você seja assim, talvez tenha sido assim. Mas custa a mim acreditar que você, com cinco anos de idade, ao ver alguém matar um porco, uma vaca ou um cachorro iria agir normalmente e ainda condenar aquele que está defendendo tais animais. Aliás, você seria o primeiro a defender.
Quando decidi parar de ingerir qualquer tipo de carne, eu só tinha um motivo: Amor. Amor pelos animais, amor pelo planeta, amor pela mudança. Hoje, cinco anos depois, eu tenho uma infinidade de motivos que só fortalecem a minha decisão e me confirmam que é o melhor que eu poderia ter feito. A ignorância traz felicidade. Você deve ser muito mais feliz que eu somente pelo fato de nunca ter pensado no assunto. Você come sua carne mal passada, sangrando, sem se preocupar de onde ela veio, como ela foi feita, por quem ela foi produzida ou – o mais simples de tudo – qual foi o animal que teve sua vida sacrificada pra que você pudesse almoçar confortavelmente em uma churrascaria próxima. Pra que pensar nisso, não é mesmo? É mais fácil usar uma argumentação baseada no pior do senso comum. É mais fácil atacar do que tentar compreender. É mais fácil fechar os olhos e tampar os ouvidos. Não diga em frente a uma panela que você ama peixes, que você ama frangos, que você ama bois. Amor: Sentimento que induz a aproximar, a proteger e a conservar. Você não mata quem ama. Você não paga para matarem quem você ama.
”Sem dúvidas existem diferenças, uma vez que humanos e animais não são iguais em todos os aspectos. A questão da igualdade usa uma outra face. Concordamos que estes animais não têm todos os desejos que um humano tem. Concordamos que eles não compreendem tudo que nós humanos compreendemos. No entanto, nós temos alguns desejos em comum e compreendemos coisas que eles também compreendem. O desejo por comida e água, abrigo e companhia, liberdade de movimentos e de não sentir dor. Esses desejos são compartilhados por animais não-humanos e humanos. Como os humanos, muitos animais não-humanos entendem o mundo no qual vivem. Senão eles não poderiam sobreviver.
Então, apesar de todas as diferenças, há igualdade. Como nós, esses animais incorporam o maravilhoso mistério da consciência. Como nós, eles não somente estão no mundo, mas estão cientes dele. Como nós, eles são o centro psicológico de uma vida que é somente sua. Nós os padronizamos por serem incompletos, pelo seu trágico destino de terem se formado tão abaixo de nós. E nisto nós erramos gravemente. Pois os animais não podem ser avaliados pelo homem. Num mundo mais velho e mais completo que o nosso eles se movem completos e confiantes, dotados com extensões de sentidos que nós perdemos ou nunca possuímos, guiando-se por vozes que nós nunca ouviremos. Eles não são irmãos, eles não são lacaios. Eles são outras nações, presos conosco nesta vida e neste tempo, prisioneiros do esplendor e trabalho da Terra.” (Trecho do texto“Somos Todos Terráqueos”)

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